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HISTÓRIA DE FERNANDA E SEU FILHO, ANTONIO NETO

Aos 25 anos, Fernanda Soares de Souza de Faria, casada, enfermeira, residente em Itaquirai, cidade do interior do Mato Grosso do Sul, descobriu após o parto que seu primogênito, o pequeno Antonio Neto, havia nascido sem a mãozinha esquerda.

Quando tudo começou

"Neto veio dos meus sonhos de infância. Desde pequena sempre quis ter um menino. Lembro como se fosse hoje o dia em que descobri que meu mundo seria azul. Foi um dos dias mais felizes da minha vida.” Diz Fernanda.

 

Fernanda começou o pré-natal ainda na 5ª semana de gestação. Com seis semanas enfrentou sua primeira ameaça de aborto. Depois de realizado o ultrassom, foi detectado um descolamento de placenta. Por volta da 8ª semana Fernanda teve outra ameaça de aborto. Começaram os repousos e o uso de medicação constante. Chegou a ficar por dez dias deitada em repouso absoluto. Mesmo com tantos cuidados, Fernanda teve outra forte hemorragia. Como que por um milagre, a cada susto que passava, o pequeno Neto sempre estava lá: forte e saudável!

 

A barriga ia crescendo e tomando forma. Vieram os exames, as consultas. Tudo ocorria bem. Fernanda teve uma gestação bastante tranquila, acompanhada por ótimos profissionais, sempre mantendo todos os exames e consultas em dia.

 

Ao início da 38ª semana o pequeno Neto deu os primeiros sinais de que chegaria ao mundo. Então, às 17:00 horas do dia 11 de agosto de 2014, Fernanda conhecia o amor mais puro, juntamente com toda sua família: marido, pais, sogros, cunhados e sobrinhos, que enchiam o corredor do Hospital para conhecer o recém chegado e tão esperado bebê. O parto foi muito tranquilo, realizado por dois médicos magníficos e uma equipe de enfermagem ótima.

O diagnóstico e a aceitação

A notícia chegou até Fernanda na manhã de 12 de agosto.

“Lembro-me como se fosse hoje... a família passando a notícia... parecia que o mundo tinha desabado em cima da minha cabeça. Logo me vieram à mente perguntas comuns à tantas mamães: por que comigo? Como vou lidar com essa situação?”

 

Diante do impacto emocional da notícia, Fernanda não aceitou o uso de medicamentos, como lhe havia sido recomendado. Tinha medo da dependência. Preferiu superar naturalmente o momento... Os dias foram passando e Fernanda foi aprendendo a lidar com a situação.

“Demorei dias, meses para voltar a mim! Agradeci a Deus por não ter descoberto a agenesia do meu filho durante a gravidez, acredito que não saberia lidar tanto quanto soube após o nascimento. Acredito que essa fase foi fundamental para o meu amadurecimento. Eu precisava desse tempo para superar a tristeza e a angústia, e poder me tornar segura.” Afirma Fernanda.

 

Com relação ao preconceito, aos olhares de pena e às pessoas maldosas, Fernanda acha que na verdade elas não são tão preconceituosas e maldosas. Ao contrário, Fernanda acredita que elas só não são acostumadas a ver e lidar com o diferente, e que isso causa olhares e perguntas... Fernanda considera essa curiosidade como algo muito normal.

“A grande verdade é que após ter um filho especial a gente se torna especial também, pois aprendemos a viver melhor a vida, aprendemos a nos dar valor e a agradecer a Deus.” Afirma.

O encontro com a ASSOCIAÇÃO DAR A MÃO

Ainda no período de aceitação, Fernanda não estava me sentindo bem e foi pesquisar sobre o assunto no site do babycenter. Lá ela viu muitas fotos de mães com a mesma história que a sua. Ao final da pesquisa, Fernanda deixou uma mensagem com a foto do seu filho. Após deixar esse depoimento, Fernanda recebeu diversas mensagens pelo facebook, de outras mães falando que entravam no seu perfil para se sentirem acolhidas pela forma natural com que ela tratava seu filho.

 

“Pra falar a verdade achei estranho, pois não via nada de mais em meu comportamento, mas confesso que fiquei muito feliz em poder ajudar outras pessoas.” Conta Fernanda.

Foi então que uma dessas mãezinhas adicionou Fernanda ao grupo de whatshapp da ASSOCIAÇÃO DAR A MÃO. Aos poucos ela foi criando cada vez mais motivos para amar ser uma mamãe especial. Acompanhando as histórias postadas no grupo, Fernanda se via em várias delas, em diferentes casas, em diferentes estados e até em outro país.

 

“É incrível como todas passaram pelas mesmas fases, e como essa troca de experiências nos dá suporte para o dia a dia.” Afirma Fernanda.

Presente e futuro

Hoje, o pequeno Antonio Neto é o suporte da mamãe Fernanda.

 

“Durante a gestação e alguns dias após o nascimento do Neto, tive que me despedir de duas pessoas que foram embora dessa vida, e eu sempre digo que sem a presença do meu filho, seria incapaz de superar!” Diz Fernanda.

 

Para o futuro, Fernanda espera alicerçar sua história e seu relacionamento com seu filho com confiança, amor e vontade de vencer os obstáculos, que com toda certeza irão surgir.

 

“Tenho pedido em oração muita sabedoria para guiar meu filho no caminho do bem e da independência. Com a ajuda primeiramente de Deus, e segundo do meu esposo, quero torná-lo um grande homem.”

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